Oxumaré é o Orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todo os aspectos. Oxumaré e Oxum formam a segunda linha de Umbanda, a linha do Amor e da Concepção. Oxumaré, é a renovação contínua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Oxumaré irradia as sete cores, que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E atua nas sete irradiações como elemento renovador.
Oxumaré está na linha da Fé como elemento renovador da religiosidade dos seres. Oxumaré está na linha da Concepção como renovador do amor na vida dos seres, na do conhecimento como renovador dos conceitos, teorias e fundamentos, na linha da justiça como renovador dos juízos, na Lei como renovador das ordenações que acontecem de tempos em tempos, na linha da Evolução como a renovação das doutrinas religiosas, que aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres e na linha da geração como renovação, ou o próprio reencarne.
Um dos campos preferenciais de Oxumaré é o religioso, pois se alguém não está evoluindo em uma religião ou doutrina, ele, que é o pólo negativo da linha do Amor e da Concepção que tem em seu pólo positivo a orixá Oxum, começa a atuar de forma intensa e emocional sobre a vida do ser, anulando em seu íntimo toda a atração que ele sentia pela sua religião e induzindo-o a procurar outra doutrina, que o recolocará no caminho reto da evolução e da religiosidade.
A Orixá Oxum é amor em todos os sentidos. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar a paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina auxiliará o ser a evoluir no caminho reto.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré, que em seu aspecto negativo, tem um mistério chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte.
O mistério “Sete Cobras” é um dos aspectos negativos do divino Oxumaré, que é em si mesmo o arco-íris ou as sete irradiações divinas. A conotação “serpente” ou “cobra” não são conotações referente a réptil, mas sim simbolizada as qualidades afins com os campos vibratórios dos orixás. No aspecto positivo assumem cores irradiantes, no aspecto negativo assumem cores absorventes, todas afins com as faixas onde são retidos os seres que emocionalizam suas vidas até um grau afim com o pólo negativo dos orixás cósmicos.
No ritual de Umbanda Sagrada o divino Oxumaré rege o mistério “Arco-íris” e tem todas uma hierarquia positiva de caboclos (as) Arco-íris; tem uma hierarquia mista, que em seu aspecto negativo forma a linha de exus Sete Cobras e em seu aspecto positivo forma a linha de caboclos Sete Cobras.
Quando um ser une-se a alguém que não lhe é afim e não consegue sutilizar suas energias para que elas fluam naturalmente para seu mental, então Oxumaré entra em sua vida como elemento cósmico que começará por diluir a união desequilibrada, direcionando-o para uma das faixas vibratórias sob sua regência na linha de forças da Concepção (de energias), e ali o reterá até que, naturalmente ele descarregue-se do acúmulo negativo de energias viciadas que o estão paralisando e negativando.
É uma atuação lenta e sutil, pois é natural, e o ser tem que ser preservado, tanto mental quanto energeticamente senão se fecha em si mesmo e torna-se impermeável a irradiações que lhe chega o tempo todo. Se isso acontecer, o ser se transformará numa aberração em si mesmo.
Este Orixá atua preferencialmente, através do emocional, ao qual envia estímulos cristalinos que vão diluindo os acúmulos de energias minerais, que são pesadas e chegam mesmo a paralisar o ser, que não consegue deslocar-se de um lugar para outro. É um processo sutil, emocional, e visa equilibrar os seres desequilibrados e emocionados.
Oxumaré,quando uniões estão desequilibradas, as rompe e dilui o amor (irradiações minerais) no espaço e no tempo (Oxalá - Oyá). Com isto feito, as energias diluídas formam o "arco-íris". Oxumaré retira dos seres as energias condensadas e as vai diluindo até que eles se sintam "vazios" no amor e comecem a procurar um novo par,para voltarem a sentir plenos no amor.
Simbolicamente representamos Oxumaré com o arco-íris,pois suas sete cores simbolizam as sete cores dos sete sentidos da vida, que são:o Amor, a Fé, o Conhecimento, a Razão, a Lei, o Saber, a Geração.Muitas são as formas de amor e amamos em muitos sentidos.Mas o arco-íris tem outra interpretação e pode simbolizar as energias que vibramos através dos sentimentos.
Oferenda ao pai Oxumaré:
- Oito velas, sendo das cores branca, azul, verde, dourada, vermelha, roxa, rosa e marrom terroso.
- Colocar no centro um melão aberto numa das pontas e derramar dentro dele um pouco de champanhe rose; o resto deve ser deixado na garrafa dentro do círculo de velas coloridas.
- Façam esta oferenda próxima de uma cachoeira.
- Ascender à vela branca e circunda-la com as sete velas coloridas, guardando uma distância de 30 cm entre o centro e o círculo colorido. Deve-se então, circundar as velas com flores multicoloridas e invocar Oxumaré, solicitando dele o que se deseja, mas que seja justo para que acelere suas evoluções, já que se pedirem coisas tortas, uma serpente começará a segui-los e, mais dias menos dias, serão “picados” por ela de forma tão mortífera, que os paralisará.
Texto retirado do Livro: “O CÓDIGO DE UMBANDA”
Obra psicografada por Rubens Saraceni.
Fonte: Céu e Esperança
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